sexta-feira, 14 de setembro de 2012

Nexon aposta em redes sociais e smartphones para expandir mercado


Nexon aposta em redes sociais e smartphones para expandir mercado

Nexon aposta na série 'Atlantica Online' na Coreia (Foto: Divulgação)Redes sociais e dispositivos móveis estão na mira da desenvolvedora sul-coreana de games on-line Nexon. No fim do ano, a empresa amplia a oferta de jogos para redes como o Facebook com os lançamentos de “Atlantica S” e “Epic of Three Kingdoms” no mercado coreano, informou Jun-Woo Kim, gerente do grupo de licenças internacionais da Nexon.
“Não estamos somente concentrados em games on-line [para PCs]. Estamos expandindo nossa propriedade intelectual para outras plataformas como games para dispositivos móveis, animação, merchandising, card games e consoles de videogame”, disse Kim ao G1. A empresa também conta com um serviço on-line de músicas, o Nexon Music, especializado no gênero “K-Pop” para o mercado local.
“Atlântica S” é a versão social do game de RPG on-line com suporte para diversos jogadores simultâneos (MMORPG) "Atlantica Online" (veja aqui), que está em fase de testes assim como o título "Epic of Three Kingdoms". Este último será um RPG baseado em uma história chinesa para múltiplas plataformas. “Ele pode ser jogado pelo PC, smartphone ou tablet com a mesma conta e personagem escolhido pelo usuário”, explica Kim.
Jun-Woo Kim, gerente do grupo de licenças internacionais da Nexon, falou sobre os lançamentos da empresa ao G1 (Foto: Daniela Braun/G1)Jun-Woo Kim, gerente do grupo de licenças
internacionais da Nexon, falou sobre os lançamentos
da empresa ao G1 (Foto: Daniela Braun/G1)
Atualmente, a Nexon conta com três títulos sociais no mercado asiático: as versões de seus populares games on-line "KartRider" (“KartRider Dash”) e "Maple Story" (“Maple Story Adventures”), além do game "Zoo Invasion", lançado há três meses. “Os games sociais estão ganhando importância e se tornando cada vez maiores, ano após ano”, observa o gerente do grupo de licenças da empresa.
Os títulos ainda não têm previsão de lançamento em outros países, além da Coreia, mas o Brasil também está na mira da empresa. “A América Latina, incluindo o Brasil, é o destino-chave para nossa expansão então estamos buscando oportunidades”, observa o gerente de licenças da Nexon.
No início de setembro, a Nexon iniciou conversas com a desenvolvedora de games sociais Vostu. “Eles estão muito interessados em trabalhar com a Nexon e são fortes em games sociais. Tivemos uma primeira conversa com os diretores da empresa para identificar como podemos trabalhar juntos”, disse Kim.
No Brasil, a Nexon atua por meio da Level Up!, que administra os games on-line da companhia no país desde 2008. Entre os games mais populares entre os brasileiros estão o game de tiro em primeira pessoa (FPS, na sigla em inglês), “Combat Arms” e o título “Maple Story”, que foi descontinuado em novembro do ano passado, mas continua disponível para usuários brasileiros, em inglês. “Queríamos que os brasileiros pudessem continuar jogando o game então transferimos os usuários para servidores na Europa”, diz Kim.
Na área de mobilidade, a Nexon conta com 100 diferentes títulos para dispositivos móveis. O "KartRider," game casual de corrida bastante popular na Coreia, conta com uma versão móvel, o “KartRider Rush”. Lançado em janeiro deste ano para dispositivos iOS e Android o game registrou 7 milhões de downloads até o momento. Há também versão para o Facebook (clique aqui para acessar).
'KartRider Dash' é sucesso na Coreia do Sul (Foto: Divulgação)'KartRider Dash' é sucesso na Coreia do Sul (Foto: Divulgação)
Fifa Online 3 e Counter-Strike 2
A Nexon também está expandindo seus títulos esportivos. No dia 20 de setembro, a empresa inicia um teste fechado do novo “Fifa Online 3”, na Coreia. O game anunciado no final de julho, em parceria com a parceria com a Electronic Arts (EA), chegará  no final de 2012 somente para os jogadores da Coreia, ainda sem previsão de lançamento para outros países.
No site do game (veja aqui), o gamer pode jogar gratuitamente, mas itens especiais são cobrados. “O valor por item varia muito e geralmente vendemos itens que podem turbinar a habilidade do jogador”, explica Kim.
"Fifa Online 3" entra para o segmento “e-sports” da Nexon, que também oferece um simulador de beisebol, criado em parceria com a Take-Two, e o game “Football Freestyle” lançado em 2011.
A versão on-line de "Counter-Strike", título popular entre games de tiro em primeira pessoal (FPS, na sigla em inglês), ganha uma segunda versão, em parceria com a desenvolvedora Valve, entre novembro e dezembro deste ano. “Os gamers chamam esse jogo de ‘bíblia’ dos games FPS”, comenta Kim.
'Fifa Online 3' é feito para o público asiático (Foto: Divulgação)'Fifa Online 3' é feito para o público asiático (Foto: Divulgação)
Cultura de games on-line
Responsável por 21% da receita do mercado mundial de jogos on-line da Coreia, a empresa fundada em 1994, em Seul – hoje sediada no Japão - faz parte da cultura de adolescentes e jovens adultos do país.
O game casual "KartRider", lançado em 2004, é um exemplo de popularidade. “Todo mundo [na Coreia] já jogou esse jogo em algum momento. Acho que o motivo mais forte para que esse jogo tenha se tornado tão popular é ser fácil de jogar. As pessoas só precisam de dez minutos para aprender esse jogo”, diz Kim. Hoje, o game também está disponível para smartphones com sistema iOS (acesse aqui).
A combinação de infraestrutura e qualidade de serviços de internet da Coreia do Sul também colaborou com a expansão da empresa, que hoje conta com 3 mil funcionários no mundo, sendo 1.200 na Coreia. Hoje seis em cada dez sul-coreanos jogam videogames pelo menos uma hora por dia em casa, em seus smartphones ou em uma das mais de 20 mil lan houses do país. Em uma lan house coreana (“PC Bang” no idioma local) o consumidor paga apenas US$ 1 por hora.
Com 50 diferentes títulos oferecidos em 104 países, a Nexon também busca inspiração na arte para se diferenciar no mercado. Na lanchonete localizada no subsolo da empresa, em Seul, uma exposição de quadros pintados pelos funcionários. “Não queremos só vender os games e ganhar dinheiro rápido dos usuários. Queremos uma relação de longo prazo com os clientes”, afirma Kim. "Games on-line podem ser uma arte. Nós acrescentamos arte aos games”, conclui.
Mercado
Entre 2011 e o fim deste ano, a receita do mercado de games on-line na Coreia deve crescer de US$ 5,2 bilhões para US$ 6,4 bilhões, passando a representar 26,4% do mercado mundial de games, cuja receita deve atingir US$ 24,4 bilhões no fim do ano.
Neste cenário, a Nexon alcançou mais de US$ 1 bilhão em receita bruta em 2011 – o equivalente a 20,8% da receita de US$ 5,2 bilhões do mercado de games on-line da Coreia.
O mercado internacional foi responsável por 36,3% da receita bruta da Nexon no ano passado, ou US$ 741 milhões. A soma representa um aumento de 34,5% da receita da empresa com vendas de games fora da Coreia em relação ao resultado de 2010 (US$ 551 milhões). Segundo Kim, os mercados mais significativos para a companhia são China, Japão, países da América do Norte e Europa.
Além da Coreia e do Japão, a Nexon conta com escritórios próprios nos Estados Unidos e na Europa. A empresa atua indiretamente, por meio de parceiros, na China, no Sudeste Asiático e na América do Sul.

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